Você sabia que as ações de planejamento familiar estão entre as coberturas obrigatórias dos planos de saúde, conforme a legislação? Na prática, isso significa dizer que os convênios privados precisam disponibilizar o acesso a serviços de laqueadura, vasectomia, Sdhea (que permite o diagnóstico de problemas de fertilidade, como a hiperplasia adrenal, capaz de interferir na ovulação), assim como devem viabilizar atividades educacionais e de aconselhamento em relação às técnicas de concepção e métodos de contracepção.
Dentro disso, encontra-se a cobertura para implantação dos dispositivos intrauterinos (DIU), seja o hormonal ou de cobre sem hormônio.
Neste artigo vamos conversar mais sobre os dois tipos, analisando os requisitos e as indicações para a aplicação de cada método. Tem alguma dúvida sobre DIU? Continue essa leitura conosco!
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O que é DIU e como ele age no corpo da mulher?
O dispositivo intrauterino (DIU) representa um método contraceptivo de barreira, que funciona a longo prazo, é inserido diretamente na cavidade uterina pelo ginecologista, e é bastante eficiente. Inclusive, é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos métodos mais utilizados no mundo.
Pode ser apresentado em dois tipos: o composto pelo hormônio levonorgestrel (progesterona direcionada apenas para o útero) e o não hormonal, que é revestido por cobre e tem cobertura obrigatória não só dos planos de saúde privados como do SUS.
Independente do modelo, ambos possuem o mesmo objetivo – ser um aliado do planejamento familiar e da autonomia da mulher na possibilidade de escolha do momento mais adequado para ter ou não um filho.
Dentre os métodos que atuam na contracepção, possui eficácia correspondente a 99%, tendo baixíssimas taxas de falhas e efeitos colaterais, além de ser mais eficaz do que laqueaduras tubárias, por exemplo.
Devido a esses benefícios, dados do Google registram que as buscas por conteúdos sobre o tema na plataforma aumentaram cerca de 105% entre 2017 e 2022.
Como o DIU funciona na prática
Os dois tipos de DIU possuem mecanismos de ação similares, diferenciando-se no princípio ativo: enquanto um tem como fármaco o levonorgestrel, hormônio similar à progesterona que é liberado em pequenas doses e de maneira direcionada no útero, o outro tem o cobre como mecanismo de ação.
Ambos são pequenos dispositivos em formato de T, inseridos no útero (pelo profissional especialista em saúde da mulher) para dificultar a fecundação do óvulo pelo espermatozóide.
Um dos diferenciais desse método é que ele funciona em mais de um momento para evitar a gravidez, promovendo:
- Alterações no muco do útero – o que dificulta a mobilidade dos espermatozoides e e a sua chegada ao óvulo.
- Efeito espermicida que elimina os espermatozóides
- Mudanças no endométrio que dificultam a implantação do óvulo no útero.
Dessa forma, o DIU age primeiro com o objetivo de impedir que o espermatozóide encontre o óvulo. No caso de falha dessa barreira, dificulta a fecundação do óvulo. Se nesta etapa ainda houver falha, o método impede, por fim, que o óvulo fecundado consiga se implantar no útero.
Existem algumas diferenças básicas entre o modelo de cobre e o de hormônio, que podem influenciar na escolha de um ou de outro. Vamos abordá-las a partir de agora.
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Quais as diferenças entre diu de cobre e diu hormonal
Sobre o DIU de Cobre
O DIU de cobre está há mais tempo no mercado e refere-se ao dispositivo pequeno e flexível, em formato de T, que, ao ser colocado no interior do útero, estimula reações inflamatórias com caráter espermicida nesta região.
Isso significa que o DIU não permite que o espermatozóide prospere e destrói aqueles que chegam na cavidade uterina. Dentre seus principais pontos estão:
- Tem duração de 3 a 10 anos de acordo com o modelo escolhido, que pode ser maior ou menor e com quantidades diversas de cobre.
- Não libera hormônios, o que auxilia mulheres que não querem ou não podem usar tratamentos com hormônio.
- Não minimiza o fluxo menstrual, sendo comum observar mulheres com DIU de cobre com mais cólicas menstruais (no caso das que nunca engravidaram) e com aumento do sangramento vaginal.
- É mais efetivo que a pílula anticoncepcional.
Sobre o DIU hormonal
Como o nome indica, o DIU hormonal tem o hormônio como base. Nesse dispositivo, o levonorgestrel, um progestogênio, é liberado apenas no útero, atrofiando o endométrio e criando um espessamento do muco cervical da mulher – o que impede a chegada do espermatozóide no óvulo.
Atualmente, há duas marcas no mercado, Mirena®, maior e com 52mg de hormônio, e o Kyleena®, menor e com 19,5 mg de levonorgestrel. Devido a essa alteração de porcentagem, mulheres que usam o primeiro tipo têm 65% de chance de parar de menstruar, enquanto as usuárias do segundo tipo têm 59%
Dentre suas características estão:
- Possui base hormonal.
- Duas vezes mais efetivo que a laqueadura tubária.
- Tem duração de 5 anos.
- Pode reduzir ou impedir o fluxo menstrual.
- Pode resultar em quadro temporário de pele acneica em quem tem predisposição
- Serve como um dos elementos de terapia de reposição hormonal no climatério ou menopausa,
- Atua para mitigar as chances de formação de pólipos uterinos e câncer de endométrio,
Na prática, os dois métodos, cobre ou hormonal, são eficientes para auxiliar a contracepção, além de serem duradouros e bastante seguros.
A aplicação de ambos pode ser feita em consultório, sendo recomendado para isso que a mulher esteja menstruada, ou em hospital com sedação, demandando que a mulher esteja em jejum e fique 2 horas em observação após o procedimento
Há ainda a possibilidade, caso seja do interesse da mulher, de inserção do DIU após parto ou abortamento. Nessa hipótese, o DIU deve ser implementado enquanto a mulher ainda estiver no hospital, logo após a expulsão da placenta ou em até 48 horas após o parto. Após esse período, deve-se aguardar quatro semanas para o procedimento.
Antes de qualquer uma dessas etapas, para saber qual dos modelos utilizar, a mulher que deseja ter acesso a um método seguro e eficiente de contracepção deve procurar um médico ou médica ginecologista, que será responsável pelas orientações do processo de inserção do dispositivo e pelas aplicações clínicas ou hospitalares.
Segundo os critérios de elegibilidade da OMS, o DIU de cobre não possui contraindicações, mas deve ser inserido sem a existência dos seguintes quadros:
- Neoplasias malignas do colo ou corpo do útero;
- Sangramento uterino de causa desconhecida;
- Suspeita de gravidez;
- Doença inflamatória pélvica ativa;
- Malformação uterina congênita;
- Coagulopatias; Cervicite aguda;
- Risco ou presença de IST;
- História de doença inflamatória pélvica desde a última gravidez.
Já o DIU hormonal deve observar a preexistência de condições e vulnerabilidades de saúde, como doenças hepáticas ou câncer de mama, além do histórico de trombose ou embolia pulmonar. Caso a mulher tenha essas situações inativas há pelo menos 6 meses, pode utilizar o DIU hormonal normalmente.
Vantagens do DIU
A primeira versão do DIU foi lançada em 1962, e, de lá para cá, passou por inúmeras atualizações que o posicionam como uma contracepção eficiente e com diversos benefícios para as mulheres. Dentre suas principais vantagens, além das já elencadas anteriormente estão:
- Tem longa duração.
- Baixa taxa de falhas.
- Não dependem de alguma ação da mulher, como no caso das pílulas anticoncepcionais.
- São métodos reversíveis.
- Mais eficaz que a pílula.
- Possui opção sem liberação de hormônio.
- Os que possuem liberação de hormônio o fazem de forma direcionada.
- Tem aplicação do DIU de cobre garantida pelo SUS.
- Os planos de saúde devem cobrir as ações de planejamento familiar, como a aplicação de DIU
Afinal, o plano de saúde cobre a implantação do DIU?
Desde 2008, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) enquadra a implantação de DIU dentro do rol de procedimentos obrigatórios dos planos de saúde. A proposta está dentro das ações de planejamento familiar, assim como as cirurgias de esterelização masculina e feminina.
Portanto, a resposta é sim!
Veja o rol de procedimentos estabelecidos pela ANS! |
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A importância de aliar os métodos contraceptivos femininos na dinâmica do planejamento familiar diz respeito à possibilidade das mulheres decidirem sobre seus corpos e sobre quererem ou não filhos.
Nessa perspectiva, apenas o profissional especialista na saúde da mulher conseguirá auxiliá-la no processo de escolher qual deles melhor se adapta à sua rotina, lembrando que o método mais eficaz é o seguido integralmente pela usuária.
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